Cinema, jornalismo e arte

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

QUAL SUA INTELIGÊNCIA?

Multiple Intelligences

The Multiple intelligences is an educational theory. first developed by Howard Gardner, that describes an array of different kinds of "intelligences" exhibited by human beings. Gardner suggests that each individual manifests varying levels of these different intelligences.

The categories of intelligence

Kinaesthetic
You may be body smart. You will enjoy sports and are good at swimming, athletics, gymnastics and other sports. This is sometimes called being Kinaesthetic smart.

Logical
You may be number smart. You will be good at mathematics and other number activities; you are also good at solving problems. This is sometimes called being Logical smart.

Intrapersonal
You may be myself smart. You will know about yourself and your strengths and weaknesses. You will probably keep a diary. This is sometimes called being Intrapersonal smart.

Visual/Spatial
You may be picture smart. You will be good at art and also good at other activities where you look at pictures like map reading, finding your way out of mazes and graphs. This is sometimes called being Visual/Spatial smart.

Linguistic
You may be word smart. You will enjoy reading, writing and talking about things. This is sometimes called being Linguistic smart.

Interpersonal
You may be people smart. You will like to mix with other people and you will belong to lots of clubs. You like team games and are good at sharing. This is sometimes called being Interpersonal smart.

Musical
You may be music smart. You will enjoy music and can recognise sounds, and timbre, or the quality of a tone. This is sometimes called being Musical smart.


Naturalistic
You may be nature smart. You will like the world of plants and animals and enjoy learning about them. This is sometimes called being Naturalistic smart.

escolha sua musa
























































Greenpeace divulga a Farra do boi na Amazônia


Ong aponta que a indústria da pecuária na Amazônia brasileira é responsável por 14% do desmatamento global anual.


Fernando Caetano

Na semana de comemoração do Meio Ambiente, o Greenpeace divulgou um relatório não muito animador sobre a Amazônia brasileira. Segundo a Ong empresas reconhecidas mundialmente estariam financiando a devastação da floresta ao comprar produtos de gado pirata, animais criados em área de preservação. A organização argumenta que o chamado “consumo cego” faz aumentar o desmatamento e, consequentemente, o aquecimento global.

Investigações sigilosas do Greenpeace feitas por meio de mapas das propriedades e análises de satélite revelaram que o fornecimento de gado para empresas multinacionais vem de fazendas envolvidas em desmatamento recente e ilegal. De acordo com estudos do governo brasileiro, a pecuária é responsável por cerca de 80% de todo o desmatamento.

O relatório da Ong aponta ainda que frigoríficos estariam recebendo gado de fazendas instaladas ilegalmente dentro de uma Terra Indígena. Além disso, muitas fazendas estariam utilizando trabalho escravo. Mesmo assim, desde 2008 o Plano Agrícola e Pecuário do Governo Brasileiro liberado $41 bilhões em linhas de crédito para o setor agropecuário. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que deve cortar os recursos financeiros para criadores de gado que estejam desmatando a Amazônia. A indústria da pecuária na Amazônia brasileira é responsável por um em cada oito hectares destruídos no mundo anualmente.

O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, e é o maior exportador mundial de carne. Até 2018, o governo brasileiro planeja dobrar a participação brasileira no comércio global de carne. Metas de estudo para redução de Gases do Efeito Estufa (GEE) devem entrar na pauta de assuntos ambientais na Convenção de Clima de Copenhague que acontece em dezembro deste ano.

Segundo o relatório do Greenpeace o Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases do efeito-estufa, isso por causa do desmatamento e das queimadas na Amazônia. “A destruição das florestas tropicais é responsável por cerca de 20% das emissões globais de GEE,” garante a Ong.

Troops claim 'supernatural powers' after pygmy sodomy



Article from: Agence France-Presse
correspondents in Kigali, Rwanda

May 09, 2009 09:30pm
GOVERNMENT troops sodomised pygmies in March in the eastern Democratic Republic of Congo, believing they would gain supernatural powers, a regional rights group said.

"Some soldiers from the 85th Brigade sodomised three male pygmies to gain supernatural powers and protection in Kisa village in Walikale territory,'' the Human Rights League of the Great Lakes said.

"The village chief was stripped and (sodomised) in the presence of his wife, his children and daughter in-law.

"The children in turn were stripped and raped in front of their father."

It said armed groups in the region also abused the pygmies.

Elderly citizens and children were also being raped by the armed groups and wayward FARDC soldiers in eastern DRC, it added.

The pygmies live essentially as subsistence hunter-gatherers in the forests in the DRC's equatorial zones and have been targeted by militia groups in the past.

Among the armed groups roaming the eastern part of Congo are the Rwandan Hutu Democratic Forces for the Liberation of Rwanda rebels.

Some of its members are accused of being among the main perpetrators of Rwanda's 1994 genocide by Hutus against the Tutsi minority.

The United Nations and global human rights organisations have accused the FDLR of engaging in mass murder, rape and pillage of locals' property.

E o Oscar vai para: O cinema digital!



HAROLD GOLBERG- Jornalista e autor de cinco três adaptações para o cinema
Tradução: FERNANDO CAETANO
Título original: Budget blockbusters – The world
Revista TIME, 3 de dezembro de 2001


Um sábado de alvoroço no Grand Central terminal, e Sigourney Weaver é o centro das atenções. Não que ela queira ser. Ela está num cenário cinematográfico. A multidão tira fotos enquanto o diretor tenta filmar. Devido ao orçamento extremamente baixo 150 mil dólares, a produção tem uma equipe de 15 pessoas, e isso significa que não há músculos para conter a multidão eufórica. O diretor é Gary Winick, (quarenta anos de idade), continua filmando . “Nós podemos lidar com os flashes depois”,funga o cineasta rouco devido a uma gripe, depois de tudo ele afirma , que quando é digital pode-se trabalhar a magia na sala de edição.
Bem vindos ao bravo mundo do cinema digital, onde as convicções da elite hollywoodiana se encontram com os aventureiros anti-hollywood. As câmeras são baratas, o software é fácil de aprender e as imagens da tela de cristal podem ser transferidas para os filmes para fazer o vídeo parecer um filme “real”. Winick é a força por trás da InDigEnt, a primeira companhia dedicada à filmagem de filmes digitais exclusivamente, e mesmo sendo estranho a lista A de Hollywood está aderindo a causa. “É uma revolução” diz ele “qualquer um com uma idéia pode fazer um longa”.
É claro que foi dito a mesma coisa na década de 80 sobre a camcorder 8- MM e essa revolução nunca se materializou. Mas agora as coisas são diferentes. Não só a tecnologia anos luz a frente. Mas Winick tem o talento e a coragem para envolver grandes estrelas em suas produções: Ethan Hawke, Denis Leary, Uma Thurman, Sigourney Weaver e dezenas de outras estrelas estão nos filmes da InDigEnt. Como ele faz isto? Não tem a ver só com a personalidade carismática, e certamente nada haver com o dinheiro – a atriz Weaver assinou contrato de míseros 248 por dia. Por se esquivar do desenvolvimento infernal de Hollywood, o cinema digital dá aos atores e diretores algo que não pode ser comprado por nenhum preço: Liberdade artística. Algo que sempre seduziu Winick, que já sabia que queria ser cineasta desde quando era estudante na universidade Tufts. Seu primeiro projeto foi um programa de TV semanal com Oliver Platt e Hank Azaria. Depois, ele dirigiu “Sweet Nothing”, uma drama sobre vício em cocaína estrelado por Mira Sorvino e foi distribuído em vídeo pela Warner Bros. Depois ele faz “Out of the Rain”, um longa direto para o vídeo com Bridget Fonda, para a Artisan Entertainment. Embora os filmes não fossem exatamente grandes sucessos. “todos meus filmes fazem dinheiro” diz Winick orgulhoso. Ele queria tentar algo que fosse totalmente independente. Sua primeira grande idéia foi “Sam the man”, um filme sobre um escriba com dificuldades para escrever e o nível de testosterona de Denis Rodman. Em novembro de 1999, Winick disse a um amigo advogado, chamado John Sloss, “eu posso fazer um filme com uma câmera mini-DV”. Uma vez que Winick conseguiu os atores Fisher Stevens e Annabello Sciorro para assinar o contrato. O advogado concordou em fornecer o dinheiro para a produção. Era uma divertida e arriscada experiência: Winick filmou 70 horas com duas câmeras de mini-DV, sete pessoas participaram dos 14 dias de trabalho. Bem antes eles descobriram que câmeras digitais filmam vídeo com “bastante ganho” – significando que o sensor da imagem era ultra sensível - então por vezes os rostos dos atores pareciam bem nítidos. Mas a sincronia do som era ruim- as linhas faladas não se encaixavam com as bocas dos atores; era como um filme de Kung Fu, mal dublado. Eles experimentavam e consertavam os problemas no processo de edição, mas no final a comedia trágica nunca obteve distribuição, mesmo parecendo tão boa quanto à maioria dos filmes em 35- MM. Diz o escritor George Plimpton, que também tem um breve papel no filme: “Eu gosto dessas pequenas câmeras digitais. Elas fazem um ator não profissional como eu se sentir confortável. Elas não são grandonas, intimidadoras, pré-históricas – como as câmeras que eles usam nos filmes por aí”
Com ou sem acordos de distribuição, Winick tinha feito um caso interessante para a viabilidade do cinema digital , e Sloss estava intrigado. No final de fevereiro de 2000 Winick e Sloss tiveram outra idéia, fazer 10 filmes por 100 mil dólares cada. imediatamente , um lista compilada e impressionante das grandes estrelas que estavam interessadas seriamente. Sloss, que tem conexão forte o mundo independente de cinema, lança a idéia. “Nós não vamos pra HBO ou outros TVS a cabo maiores”, ele lembra, “ Nós sabemos também que o canal Sundance ou o canal independente de filmes (Independent Film Channel) dariam nos a liberdade criativa que precisamos”.
Em julho, o Independent Film Channel tinha conseguido, pagando 1 milhão por todas as direito de licenças na TV para os dez filmes. Diz o presidente da IFC Entertainment Jonathan Sehring, “ Nos queremos ser os lideres da produção digital de filmes, e InDigEnt é a melhor e mais conhecida destas companhias. O que eles estão fazendo não é improvável que John Cassavetes fez nos primórdios do cinema independente – não só a energia criativa mas o fato que eles estão dividindo os lucros igualmente entre InDigEnt o elenco e a equipe”. Isto intriga as grandes estrelas, explica Sehring, que freqüentemente assina para obter sua porcentagem nos lucros dos mega orçamentos mas, nunca vê a grana devido a “contabilidade criativa” que acontece em Hollywood. Winick explica os fatos. Primeiros, filmes digitais têm melhor resolução: câmeras de Mini-DV produzem 500 linhas de resolução, comparados com 240 linhas da Camcorder 8- MM, e a qualidade da cor é três vezes melhor. Segundo, filmes digitais dão liberdade. Quando o diretor Ethan Hawke perguntou, “por que eu deveria fazer um filme com você quando eu posso fazer um filme em película?” ele gostou da resposta: o orçamento baixo, equipamentos leves e processo de produção rápido, sem falar da filmagem quase que instantânea. Mesmo assim Hawke sabia que teria que parar de atuar em Hollywood temporariamente para poder dirigir o filme, uma vez que ele filmou o filme digital “ Chelsea Walls” estrelado por sua esposa Uma Thurman e Kris Kristofferson, ele já estava seduzido. “Filmagem digital é a melhor coisa que aconteceu na cinematografia desde Marlon Brando”, diz Hawke. “Ela devolve a filmagem ao ator e ao escritor”.
Seu complexo filme é algo parecido com as garotas de Chelsea de Andy Warhol (The Chelsea Girls) para o novo milênio. Cheio de excentricidades, tristezas e artistas teimosos habitando o notório hotel Chelsea de Manhattan. O conteúdo não possui limites, mas Hawke, mais do que qualquer outro diretor da InDigEnt, prova que há súbita e algumas vezes beleza gloriosa nas cenas filmadas direto no digital, especialmente os exteriores do importante hotel. “enquanto você não pretender fazer Lawrence of Arabia digitalmente”, ele explica, “ os dias da filmagem criam uma intimidade que não acontece nos ensaios. É fácil de usar e é liberta-nos.”
É claro, que não são caviar e creme na mesa de refeição. Os orçamentos de 100 mil de Winick tem aumentado para 150 mil cada, e cineastas do filem digital, como outros produtores independentes, ainda tem que encontrar alguém para distribuir os filmes para as casas de exibições para que seja realmente vistos pelos espectadores.Os filmes são filmados em curto espaço de tempo.O drama bem maduro de Sigourney Weaver, Tadpole, era para ser filmado em apenas dez dias , Weave ( com Robert Eller, Bebe Neuwirth e John Ritter no elenco) usou seis destes dias para ensaiar. Ela também pediu um maquiador extra, pois o detalhe do brilho da imagem digital não perdoa os defeitos do ator como acontece em celulóide. Ainda assim, Weaver prefere esse maneira espontânea de fazer cinema- “ Me faz lembrar o espírito do teatro”, diz ela.
No verão deste ano, cinco dos títulos do projeto de dez filmes da InDigEnt nem tinham começado, incluindo Slacker do diretor Richard Linklater também diretor do filme Tape, estrelado por Hawke e Uma Thurman;e a ficção cientifica psico dramático do diretor-ator Campbell Scott, com Dennys Leary e Hope Davis. Em outro ato de maestria da InDigEnt, Lions Gate concordou em distribuir os filmes teatricamente, e o filme de Hawke foi selecionado para o Festival de Cannes. É freqüentemente criticado pelo lançamento em fevereiro de 2002.
Enquanto isso, palavras tem saído da InDigEnt. Dúzias de scripts tem sido submetidas à Winick . que está tendo problemas em analisar todo o material. Diz seu sócio e produtor executivo, Alexis Alexianian: “ Há muito o que fazer, e existe só três ou quatro de nós aqui para administrar a empresa. Nós estamos cheios de serviço”.
O empreendimento de Winick deve crescer espontaneamente em breve. Diz Sehring da IFC: “Eu não estou dizendo que todos estes filmes digitais serão sucessos. Eles não serão. Mas tudo que se precisa é que apenas um filme seja um hit. Isto é tudo que se precisa. Apenas um.” E co-presidente Lions Gate Tom Ortenberg acrescenta, “ Nós vamos lançar Tape em Nova Iorque e Los Angeles. Primeiro em (novembro) e então discutir se distribuímos para algumas centenas de cinemas nos Estados Unidos. Eu não tenho duvida que Tape recebera boas criticas . Nos também decidimos se um ou dois dos outros filmes devem ser lançados apenas em vídeo.” Mas Winick e seus colegas não estão só sentados esperando a grana rolar. “Não é só dinheiro” diz o determinado diretor, sentar numa ilha de edição, acrescentado música a Tadpole . “É como fazer algo novo de uma maneira diferente. Os próximos cinco filmes nós faremos serão ainda melhores do que os cinco primeiros.

Faça você mesmo
Quer fazer “Cidadão Kane” digital? “só por que a filmagem digital deixa o cinema mais fácil não significa que todo mundo possa fazer um grande filme,” diz o co-presidente da Lions Gate. Mas não deixe isso fazer você desistir de tentar. Se você quer uma mãozinha sobre filmagem digital, o fundado da InDigEnt Gary Winick tem alguns conselhos para você , de pré-produção a edição.

1 Maturidade é tudo
Antes de gravar, esteja ultra preparado. Isto significa ter um script bem editado, perfeito, um elenco que ensaiou interminavelmente e um guia para cada cena (storyboard). Não grave muito, sugere Winick, mesmo sendo caro, pense na qualidade, não em quantidade.

2 A câmera pode contar
Não é muito barata, mas Winick escolheu a câmera da Sony PD150 PAL. Ela possui componentes extras, incluindo a função time-code que é essencial na hora da edição. Se 2.800 dólares é muito para o seu bolso, tente a Sony TRV900, que nova custa 1.200 dólares

3. Saiba os limites
Há coisas que não dão certo na filmagem digital. Por exemplo, não planeje filma com a câmera no ombro ou cenas panorâmicas de movimentação de câmera em direção ao ator, à La Spielberg ou Soderbergh. Closes funcionam bem, então pense sobre isso quando estiver preparando o filme. E limite as locações. O drama de Richard Linklater tape foi filmado em um quarto de hotel. Se é bom suficiente para Etha e Uma, deve ser bom pra você também.

4. Branco e preto
Evite filmar em alto contraste. Por exemplo. Se houver luz do sol no cenário e foco no rosto do ator debaixo de uma sombra de arvore, o cenário vai parecer muito brilhante e limpo.

5 Som
Tente obter a melhor qualidade de som que puder para o filme.Enquanto o som digital é tão preciso quanto o som DAT, não use o microfone da câmera. Ao invés disso, compre um microfone sem fio, como as lapelas dos telejornais – eles gravam só a voz do ator, evitando os barulhos do ambiente.

6 Equipamento
Para editar seus filmes. Winick trabalha com um Mac G4 com bastante espaço disponível no HD. Pois quatro minutos de filme vai ocupar um gigabyte da memória. No quesito software, ele aconselha o Apple`s Final CUT Pro 2. Você pode também se dar bem com o G3, mas seja cuidadoso: você pode perder frames preciosos durante a edição

O vagão da terceira classe

Por: FERNANDO CAETANO

A obra ao lado elaborada pelo pintor e caricaturista francês Honoré Daumier (1808-1879) foi parte importante das primeiras molduras do que viria ser realismo. A escola que esfumaçou a era dourada neoclassicista e romancista. Esta ultima designada pelo escapismo. Honoré Daumier propõe na obra uma reflexão sob o meio social francês, relatos das condições insalubres que os trabalhadores tinham que tolerar diariamente para ir trabalhar na segunda metade do século XIX, na França.

Mas a situação do sistema precário do transporte público brasileiro leva a comparação ao mesmo nível da condição insalubre que Daumier retratou na sua obra. A sociedade atual vive em nível primeva de qualidade de vida e suporta taxas abusivas que são impostas ao trabalhador por empresas que promovem usura sob um sistema político que negligencia o fato de que a maioria da população depende maciçamente do meio coletivo de transporte.

Em Porto Velho a expressão “transporte publico” desvia de seu sentido próprio, a tarifa que o porto-velhense paga estão entre as mais caras do país. Desde de primeiro fevereiro deste ano a
Em Florianópolis, capital de santa Catarina estudantes e população em geral protestaram contra o reajuste na tarifa de ônibus em junho de 2005. O prefeito Dário Berger (PSDB), o mesmo cuja família possui uma empresa de transporte coletivo teve que se render. O caos tinha tomado conta de toda a cidade. Berner foi obrigado a suspender o aumento após três semanas de manifestações diárias.


Honoré Daumier morreu em 1879 sem ver o problema de transporte publico francês ser resolvido, a representação pictórica e ao mesmo tempo jornalística de Daumier apesar de ter sido produzida em 1862 ainda denuncia o efeito desumanizador do transporte moderno e hoje essa obra rompe fronteiras e retrata um problema que a classe urbana mais pobre de toda parte do mundo enfrenta diariamente.

A desigualdade dos iguais


No man is an island, entire of itself...any man's death diminishes me, because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee."
John Donne

Uma preocupação que se evidencia na sociedade contemporânea é a de exaltar o sincretismo cultural e promover políticas igualitárias entre diferentes populações. Cabe lembrar que foram raras as vezes que na história da humanidade houve esse tipo de atitude. No entanto não estamos livres de tabus e preconceitos, muito menos de estar perto de um patamar de igualdade entre os povos. Numa sociedade capitalista (como a atual), com tantos extremos ultrajantes entre o pobre e o rico, se aceita sem presteza o sistema que prevalece idiotizando a mente de uma população burguesa preocupada unicamente com o ego, como escreveu o alemão Herman Hesse na obra "O lobo da Estepe" (Der steppenwolf). A sociedade cria padrões de beleza, moral e conduta para atormentar mentes de uma sociedade que vive em um simulacro, sem jamais se entregar por inteiro.
Processos de colonização na América latina foram marcados por hecatombes produzidas por civilizações que se julgavam retentoras da cultura (talvez até hoje se julguem) como superiores, providas do verdadeiro intelecto e toda baboseira que se convencionou acreditar. O regime de escravidão no Brasil foi um dos que mais duraram e reflete até hoje em problemas da sociedade brasileira, resultando em iniciativas governamentais como o plausível programa de cotas de vagas para negros no ingresso a universidade pública. Essas honráveis intervenções do governo em uma sociedade desigual se estabelece também na Austrália, onde há diversos programas socias para amparar os quase extintos aborígines.
Por volta de 1700 a Inglaterra iniciou a colonização da Austrália. Há uma infinidade de relatos sobre o conturbado envolvimento entre brancos e aborígines. A população branca que colonizou a Austrália veio de presídios ingleses. A Inglaterra tinha que esvaziar suas insalubres e lotadas colônias penais e resolveu despejar seriais killers, bandidos, contrabandistas e ladrões de galinha para povoar sua colônia. Houve desta forma conflitos entre a população local e colonos ingleses que caçavam nas horas de lazer aborígines para simplesmente ultrajar-los ou matá-los como faziam com os cangurus. Além disso, algumas vezes de maneira aparentemente amigável os colonos ingleses se aproximavam das tribos e ofereciam bebidas alcoólicas, os aborígines acabavam por se embriagar até a morte, sendo o vício em bebidas alcoólicas latente nas tribos australianas até hoje.
Na década de 1960, veio a pior de todas as atitudes do colonizador: o governo australiano resolveu retirar crianças mestiças entre brancos e aborígines e enviá-las a famílias inglesas e orfanatos para serem "educadas". Uma visão preconceituosa e torpe, os aborígines tinham visão diferente da educação do branco, que via o mundo a seu redor com outras perspectivas. As crianças aborígines eram retiradas de suas famílias a força, numa espécie de seqüestro amparado pela lei do país. Essa geração de crianças ficou conhecida como "geração roubada" (the lost generation). A geração roubada pede até hoje do governo perdão pelos erros do passado o que acarretaria em milhares de multas as famílias que sofreram com o sistema.

A Rússia também foi um país marcado por desigualdades, o sistema legal de escravidão durante anos promoveu ideais de superioridade e hierarquia social. Kreopostnoje Pravo é o nome do sistema legal de servidão russo, criado em 1649 após inúmeros casos de fuga dos camponeses. Esta lei forçava os camponeses russos a manterem-se nas terras, sem nenhum direito de propriedade sobre ela. Os donos das terras, sobretudo nobres, podiam vender as terras juntamente com os servos que nela trabalhavam num regime de subserviência. Os burgueses tinham o direito de dispor dos servos quase da forma como quisessem, desde que não os matassem.
A Rússia é um país com amplitudes étnicas e a servidão legal pode ser considerada uma forma ultrajante de tratar um ser humano. Os ex-servos que compraram a liberdade ou mesmo após a abolição do krepostonoje Pravo eram desdenhados no convívio social. O contista russo Anton Tchékhov viveu toda a vida tentando lidar com o preconceito, o escritor era neto do servo Egor Tchekhov, que comprou a própria liberdade em 1841; no entanto, continuou a sofrer o estigma de um ex-servo, um homem de "segunda classe". Um ex-escravo que comprou a liberdade. Não sendo aceitos pela sociedade muitos desses "sub-homens", na maioria mujiques* continuaram a trabalhar para os nobres mesmo depois da abolição do regime. Algo parecido com a abolição dos escravos negros aqui no Brasil. Em "Mumu", uma novela do escritor russo Ivan Turgeniev, que cumpriu pena de dois anos de confinamento por escrever uma literatura engajada pela abolição dos servos do Kreopostnoje Pravo, acredita-se que o escritor numa personagem da novela tenha retratado a mãe, uma mulher que mantinha sob um regime austero e vil os servos sempre submissos numa fazenda.

A desigualdade na sociedade contemporânea toma rumos diferentes, mas tão vis e néscios como os já cometidos no passado. Em Rondônia, a colonização na década de 80 trouxe para cá milhares de cidadãos, na maioria camponeses do sul e sudeste, que sem duvida desenvolveram a região, que parece ter pouca importância para o resto do país. A televisão nacional oblitera qualquer fato sobre Rondônia, que aparece de quando em vez na mídia nacional por um escândalo político ou motins e rebeliões nos presídios. O preconceito que afronta Rondônia é tão torpe quanto o cometido com ex-servos do Kreopostonoje Pravo ou mesmo a injustiça cometida contra a geração roubada da Austrália. A mídia mostra de maneira subliminar que a mata amazônica é importante, mas o homem que vive nela não é relevante. Em tempos de holocausto cometidos contra a floresta que arde ao incessante pedido de socorro, percebe-se que nenhum dos dois (que podem ser considerados um só), nem a floresta nem o amazônida fazem parte do Brasil.
Mesmo em cidades da região amazônica é comum ouvir bate-papos preconceituosos contra índios, caboclos e ribeirinhos; enfim, o homem amazônida: de que estes são pouco desenvolvidos, sem cultura, atrasados e ociosos para o trabalho. Deve-se, no entanto, refletir sobre o contexto social dessas pessoas. Para o índio não faz sentido trabalhar se tudo o que ele precisa pode ser retirado do rio, da mata, da terra. Esse princípio de exaltação do trabalho sendo usado para desqualificar povos com diferentes culturas é retrógrado e se baseia em conceitos capitalistas. Em Auschwitz, maior campo de concentração nazista construído na Polônia, para manter aprisionados judeus e outros grupos étnicos e sociais que representavam ameaça ao regime Hitler, existe uma pilhérica frase de mau gosto logo na entrada " Arbeit Macht Frei": o trabalho liberta! (?) – o ponto de interrogação é por minha conta.

meça seu preconceito contra as mulheres


cão....melhor amigo do homem

Cadela.....puta


Vagabundo.....homem que não trabalha Vagabunda.....puta


Touro..homem forte

Vaca...puta


Pistoleiro.......homem que mata pessoas ,Pistoleira.....puta


Aventureiro.......homem que se arrisca, viajante, desbravador

Aventureira.....puta


Homem da vida..... pessoa com sabedoria

Mulher da vida...... puta


Garoto de rua........ menino que vive na rua

Garota de rua.........puta


O galinha.....aquele que traça todas

A galinha .....puta


Tiozinho...... irmão mais novo do pai

Tiazinha...... puta


Feiticeiro..... conhecedor de alquimias

Feiticeira...... puta


Puto......nervoso, irritado, bravo

Puta.... puta.

Storyboard do novo Filme do Núcleo de Cinema e Animação de Rondônia (NUCAR)
















ALGUMAS CAMINHADAS INTERESSANTES




terça-feira, 28 de abril de 2009

Os primórdios do cinema

Fernando Caetano
Há alguns milhares de anos nossos ancestrais hominídeos não imaginavam nem o que era cinema mas já possuíam compilação por movimento. Sem duvida nenhuma o movimento era algo vital na era paleolítica. Um arbusto que se movia era sinal de vida, era sinal de carne, de alimento. Por tanto o interesse humano pelo movimento está mais relacionado com a forma de sobrevivência. As pinturas rupestres em Lascaux ou em Altamira na Espanha podem ser exemplificações tangíveis que o homem desde eras remotas utilizava a imagem para sugerir ação.
Essas pinturas feitas nos fundos de cavernas sombrias com débeis tochas de fogo parecem nos dar uma sugestão graciosa de figuras energéticas, a pusilanimidade é algo raro nessas pinturas que se convencionou chamar de primitivas. No entanto elas continuam surpreendendo o homem contemporâneo. Na verdade a partir do momento em que alguém há milhares de anos desenha algo, ou seja, exterioriza uma idéia, antes retida no cérebro e socializa seu imaginário com outros, esse ser não pode ser considerado uma simples criatura irracional numa caverna, ele é ser humano.
A diferença dos homens primitivos de Lascaux e Altamira que produziram aquelas pinturas rupestres e o homem contemporâneo está apenas em mínimas questões físicas e de tempo. Os desenhos rupestres servem como divisor na diferenciação entre hominídeos e humanos. Estudiosos e teóricos apontam que os desenhos tinham caráter místico para os homens das cavernas. Os desenhos rupestres marcam o possível surgimento da magia, um esboço do que viria a se tornar religião. Para o homem primitivo ao desenhar a figura de um bisão na caverna, ele possuiria aquele animal, a caça se tornaria sua. A imagem era tratada como uma questão de poder sobre o objeto retratado.

As primeiras exibições de cinema podem ter começado na França em casas de diversões populares de baixo nível. O cinema teve suas primeiras exibições nos chamados “shows de variedades”,os “vaudevilles” que eram espetáculos burlescos que continham desde apresentações de anões, dançarinos de kankan a recital de poesias, sendo seus freqüentadores na maioria trabalhadores. O cinema possivelmente deve ter sido uma das atrações desse tipo de espetáculo. Entre uma apresentação de mulher barbada e um mágico uma sequência qualquer de filme era exibida. Esses filmes não possuíam enredo nem narrativa, eram em geral cenas de paisagens exóticas ou de pessoas caminhando na rua.
No principio o cinema eram mais uma atração, uma nova tecnologia , a linguagem se desenvolveria anos depois. O cinema foi por vezes retratado como algo ligado as forças sobrenaturais. Um dos primeiros desenhos animados da história foi criado em 1914 pelo cartunista norte americano Winsor McCay que animou uma dinossaura chamada Gertie, o filme foi certa vez exibido entre os espetáculos do celebre mágico Houdini. Em 1901, o Frances Émile Cohl produziu um filme que ele entitulou de “fantasmagorie” foi um marco na historia do cinema de animação e foi chamado assim pois mostrava figuras que se metamorfoseavam, eram os primeiros esboços do cinema de animação.

Os primeiros filmes eram produzidos em um aparelho chamado quinetografico, um componente que pode ser bi era a câmera utilizada para a filmagem de filmes ate 1896, as primeiras produções para cinema tinha na maioria termos preconceituosos, liberais em diversos aspectos, inclusive o sexual; nesses filmes eram comuns a destruição da postura comportada, os atores são sempre energéticos, comichões e pândegos que cativavam o publico, eram como pessoas a frente de seu tempo.
O cinema mostrava a verdadeira e intrinsica força daquelas pessoas que muitas vezes são consideradas ao olhar do homem contemporâneo como sendo sujeitos austeros vestidos de fraque e cartola. O cinema desde o inicio serve para mostrar o ser humano como ele realmente é. Hoje o cinema evidência questões culturais de onde ele foi produzido, ele mostra a cara de um povo, ele propaga a cultura. No caso dos filmes do primeiro cinema, o âmago dos atores era muitas vezes revelado quase que por completo. A proximidade do ator com o espectador acabou destruindo toda a diegese*, algo fundamental para suportar a linguagem fílmica.

A comunicação pictórica de Walt Disney: Uma abordagem sobre processos de comunicação[1]

Fernando Oliveira Caetano[2]
Orientador: Hamilton de Lima e Souza[3]

Resumo
Este artigo pretende abordar os desenhos animados, focalizando as produções Disney. A origem, os principais pioneiros e os processos de comunicação utilizados nessas produções: a linguagem, a comunicação pictórica, e a semiologia, Além disso, entender o uso dos desenhos animados na propagação de ideologias.

Palavras-chave: Animação,cinema,comunicação,semiótica

Abstract
This paper aims to approach the animated cartoons. The origin, the main pioneers and the processes of communication used in these productions: the language, the pictorial communication and the semiology, and besides, understand the use of animated cartoons in the propagation of ideologies.

Key-words: Animation,cinema,communication,semiotics


Introdução



Os primórdios da animação


O Processo atual de produção de um desenho animado é relativamente novo se comparado a outras formas de se produzir arte, trata-se de uma produção áudio-visual cujo método que se conhece hoje em dia remonta o início do século XIX com o surgimento do cinema. No entanto formas arcaicas de se compelir o movimento de figuras podem ser vistas muito mais antes deste período. Por volta de 35 mil anos atrás, primitivos homens das cavernas da era paleolítica já pintavam animais em rochas, algumas vezes desenhando a figura de um animal com quatro pares de perna; ou seja, os animais eram representados com múltiplas pernas na tentativa de convencer a percepção de um movimento.
No Egito antigo aproximadamente em 1600 antes de Cristo, o faraó Hamsés II construiu um templo para a deusa Isis, o templo continha 110 colunas cada coluna tinha uma figura pintada da deusa em uma posição progressivamente diferente; para cavaleiros que cavalgavam por perto do monumento a imagem da deusa Isis parecia se mover. Na Grécia antiga vasos eram decorados com figuras em estágios sucessivos de ação, movimentando o vaso podia se criar a sensação de movimento. A compilação humana de fazer figuras se moverem é muito mais antigas do que os filmes na televisão ou cinema.
De alguma forma estes povos antigos contribuíram para a história da animação, esses registros gráficos de movimento foram encontrados em larga escala em diversas sociedades. Mesmo antes do surgimento do cinema, têm-se vários inventos para se reproduzir o movimento, surge então os brinquedos ópticos que davam ao contemplador a sensação de movimento de desenhos e gravuras.
De fato a primeira tentativa de projetar desenhos numa parede foi feita em 1640 ou 1671 pelo jesuíta Athonasius Kircher com a invenção da lanterna mágica, um equipamento parecido com o moderno projetor de slides, que podia projetar numa pequena tela no interior sombrio imagens exteriores iluminadas pelo sol. Muitos acreditam que Kircher na verdade não foi o inventor desse equipamento, Kircher teria apenas popularizado no ocidente a lanterna Mágica, sendo esta uma invenção chinesa.
Na filosofia grega, o Mito da Caverna de Platão descreve que em uma caverna subterrânea onde habitavam seres humanos aprisionados, desde a infância, geração após geração.
A luz de uma fogueira no lado de fora da caverna projetava sombras de homens carregando estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas, Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Libertado e conhecedor do mundo, o prisoneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Este mito do filosofo Platão é um bom exemplo de filosofia, mas colocando ênfase nos princípios técnicos de como aconteciam aquelas projeções, temos uma boa prova que os gregos já conheciam os processos básicos de projeção de imagens em uma parede, constatando o interesse humano pela projeção, essa descrição apontada por Platão se assemelha muito com uma invenção que iria ser criada muitos anos depois, A lanterna mágica. Uma das produções feitas com a lanterna Mágica sendo bastante usada nas apresentações com equipamento foi O engolidor de ratos The rat Swallower onde uma série de ratos podiam ser vistos pulando na boca de um homem dormindo. Apesar do próspero mercado de lanternas mágicas, com a invenção do cinema (Motion Picture) os slides foram sendo esquecidos, essas lanternas que restaram são ainda procuradas por colecionadores e amantes da sétima arte.
A lanterna mágica não foi o único brinquedo óptico inventado. Na era vitoriana havia o Thaumatrope, uma invenção de 1824 que se tratava de um disco ou cartão com diferentes gravuras em cada lado que era colado em dois pedaços de barbante, quando os barbantes eram girados rapidamente entre os dedos as duas figuras pareciam se fundir em uma única imagem, por exemplo: em um lado do cartão poderia ter uma jaula desenhada e no outro uma um pássaro. Como muitas invenções não se sabe quem realmente criou o Thaumatrope, as evidências cogitadas no decorrer da história apontam John Ayrton Paris e Charles Baggage.


1. Persistência de visão



Em 1824 Peter Mark Roget descobriu um principio vital para o funcionamento da animação, Segundo o autor WILLIAMS (2001, p. 13) a persistência da visão, é uma teoria que se baseia na idéia de que a retina do olho humano retém temporariamente a imagem de algo que acaba de se visto aproximadamente um décimo de segundo, quando uma serie de imagens são colocadas em sucessão rápida dá-se a ilusão de movimento, caso não houvesse a persistência de visão jamais se poderia criar a ilusão de conexão inquebrável em uma serie de imagens, ou seja o cinema seria inviável caso não houvesse persistência de visão, pois pelo principio mais técnico uma animação acontece quando no intervalo de duas diferentes tomadas (posições) o cérebro humano através do olho retém a imagem anterior que acaba de ser visto por alguns segundos; como nosso cérebro não processa tão rapidamente tende-se a fundir a posição seguinte com a anterior criando a ilusão no intervalo entre as duas imagens que a figura se movimentou.
Trata-se de um fenômeno chamado memória icônica, psicólogos e fisiologistas rejeitam esta teoria alguns cientistas a consideram um mito.
2. Comunicação pictórica: Os símbolos visuais de comunicação
O homem primitivo convivia com o movimento como uma forma de sobrevivência, o movimento desde aquela época remota era digno de interesse humano, no entanto não representa entretenimento como hoje representa o cinema, mas representava sobrevivência. Toda vez que o homem das cavernas via arbustos se mexerem era sinal que havia alimento era sinal de carne.
Há milhares de anos a força da fome imperava, o estômago tem comandado a evolução de todas as espécies a linguagem foi importante arma ao homo sapiens, pois sem ela jamais hominídeos de 1,20 e 1,30 de altura, sem presas poderiam ter sobrevivido, a caça acontecia graças à cooperação baseada na linguagem. (QUINTELLA e CARVALHO,1995, p. 25-29)

Os desenhistas da Disney Frank Thomas e Oliver Johnston ressaltam que convencer uma platéia sobre um certo sentimento é a essência da comunicação em qualquer forma de arte. A resposta do telespectador é emocionada porque arte fala ao coração, isto dá a animação uma possibilidade mágica de alcançar qualquer platéia e comunicar idéias a pessoas em qualquer lugar e em qualquer época (um formula Disney, já que filmes produzidos na década de 30 são assistidos até hoje como sendo tão atuais, comparados ou sendo superiores a produções contemporâneas). As diferenças culturais nunca são obstáculos, jamais sendo obliterado pelas barreiras de linguagem, pois as ferramentas de comunicação utilizadas pelos desenhistas de animação remontam a semiótica, são na verdade símbolos que qualquer indivíduo no mundo entende, pois os símbolos são muito mais antigos do qualquer língua humana.
De acordo com o cientista e autor Jame Goodall (Apud, JOHNSTON,Oliver. THOMAS, Frank) relata que mesmo primatas, tais como chimpanzés têm um complexo não-verbal de comunicação (p.13) baseado no toque, na postura e no gesto. Os desenhistas da Disney, principalmente o mestre da análise gestual e instrutor de arte Walt Stanchfield souberam empregar a importância desses gestos e posturas, transportaram-los para os desenhos, transformando-os em uma linguagem mundialmente compreendida, pois gestos e posturas humanas primitivas e sem conexão cultural podem ser facilmente compreendidas tanto por um estadunidense como por um chinês, as barreiras culturais são quase nulas, trata-se então de um meio de comunicação primitivo, mas nem por isso deixa de ser eficaz, sendo assim as reações do corpo humano exprimem necessidades, raiva, alegria e muitos outras reações. Logo deve se entender as reações corporais como meios visuais de comunicação que utilizam símbolos comum a qualquer ser humano.
Ainda no caso dos chimpanzés as ações dos primatas variam de uma troca de saudação quando se encontram a atos de submissão, por exemplo, quando um macho chimpanzé chega em qualquer grupo diferente, os outros chimpanzés apressam-se para tocar-lo com as mãos espalmadas ou reclinadas, como cortesãos que se curvam diante de um rei. Quando um macho solteiro passa por uma mãe e sua família, o chimpanzé solteiro deve segundo a etiqueta acariciar o filhote na cabeça. Mais de 200 signos mostram-se claramente a nós as emoções dos chimpanzés. É comum ver chimpanzés lançar seus braços ao ar, arremessar objetos com raiva e gritar de maneira feroz. A maioria dessas expressões de sentimento e símbolos de linguagem são bem conhecidas pelo homem, o ser humano guardou em sua consciência ou ainda usa esses símbolos como seu próprio comportamento comunicativo mesmo que não utilizassem nenhum tipo de som esses animais falariam com seu corpo numa mistura de atitude e movimento, o ser humano entende isso por que é comum a nós também esses signos, no entanto nós apenas criamos uma linguagem diferente dos outros animais que se expressam através do movimento do corpo, trata-se de linguagem gestual. Segundo MCCLOUD (1999, p.82) em 1872, Charles Darwin escreveu que algumas expressões poderiam ser universais. visão compartilhada por modernos especialistas em expressões, como Paul Ekman.
As pinturas nas cavernas podem ser consideradas as primeiras histórias em quadrinhos, pois contavam histórias de caça, no entanto não seguiam uma seqüência lógica, segundo o autor e curador chefe do Museu do Louvre BAZIN no livro Histoire De l` art, afirma que as pinturas rupestres não tinham a representação como se estabelece hoje em dia:
O artista primitivo é um mago cujo desenho tem valor de encantamento possivelmente esses humanóides desenhavam os animais que caçavam no intuito de possuí-lo. A faculdade de nomear as coisas também foi importante e é considerada o primeiro ato criador, para o primitivo a palavra designa posse num poder mágico que a identifica com o objeto. (BAZIN, 1965, p.20)
Diversas civilizações representam e se enalteceram em obras com suas concepções do mundo. Os egípcios foram com certeza uma das civilizações que mais acreditavam na crença da identidade da imagem e seu objeto.
Representações pelas quais conhecemos os detalhes mais relevantes da vida egípcia naquela época estão destinadas a dar um suporte de realidade e aos personagens que devem acompanhar o morto, afim de supostamente permitir-lo viver os mesmos luxos que vivia na terra. Aquelas imagens eram sósias dos objetos ou seres representados. Eram considerados tão reais quanto os próprios objetos. A produção da imagem era entendida como uma criação, tanto é que no vale do Nilo, o escultor se denominava o que faz viver, na sociedade egípcia a crença em vida após a morte era tão certa que quanto um rei morresse, seus servos deveriam ser sacrificados e enterrados nas proximidades do sarcófago real, com o tempo para se evitar hecatombes, a imagem começou a substituir os servos por sua representação, sendo assim em certa fase da história serviu para poupar vidas humanas.


2.1 A imagem e a construção do pensamento



A arte visual no decorrer da história humana foi como um meio de comunicação para as massas, sendo uma forma de divulgar idéias e conceitos e uma das mais antigas formas de propagar doutrinas, principalmente religiosas, a igreja percebeu que o uso de pinturas poderia ter uma função didática para ensinar aos fiéis as doutrinas da igreja, pois a população da idade média, como muitas do mundo atualmente eram analfabetas, as pinturas disseminavam idéias sobre religião e política. A erudição era reservada intencionalmente a nobreza e ao clero
As pinturas amiúde ajudavam a contar histórias bíblicas de maneira eficaz e compreensível sem a necessidade dos fiéis saberem ler. Sendo assim a arte foi importante para ajudar a fortalecer o poder da igreja principalmente entre a paupérrima população camponesa que amedrontada com as condenações patibulares feitas pela igreja aos fiéis era obrigada a pagar indulgências.
A imagem também contribui durante a historia (e até hoje contribui) como processo de surgimento de idéias e invenções, muitos avanços científicos têm sido descobertos através da imagem, na verdade a maior parte do conhecimento se adquire visualmente, o pensamento e o sonho ocorrem de forma visual segundo as autoridades cientificas e filosóficas. Foram muitos os gênios e intelectuais que elaboraram idéias e criações através da imagem, Leonardo Da Vinci pode ser considerado o gênio que mais fez uso do desenho, da imagem para exteriorizar suas idéias, seus cadernos de anotação eram levados a todos os lugares que o cientista fosse, fazia isto para não perder se quer uma idéia que pudesse surgir fora de seu local de trabalho. Leonardo Da Vinci costumava dizer que era um “Homo sono lettere” um homem sem letras, ou seja que a base de seus pensamentos era a imagem, o desenho, a pintura. Segundo ele “la pittura è uma poesia muta” a pintura é uma poesia muda, essa frase comprova que o gênio renascentista realmente acreditava na supremacia da imagem e que este era sua forma de elaborar idéias.
Os quadros que Leonardo Da Vinci pintou não passam de dez, no entanto Da vinci deixou centenas de cadernos de anotações que são estudados e admirados até hoje.Outro exemplo de utilização de imagem para exteriorização de idéias pode ser escrito através de Thomas Alva Edison que desenhava tudo que pudesse imaginar com teor cientifico, um de seus desenhos que revolucionou a historia foi a lâmpada. O químico Kekkule teve a idéia do anel de benzeno durante um sonho, quando surgiu-lhe a imagem de uma cobra mordendo sua própria calda, praticamente tudo que nos cerca ou não teve um dia que estar na mente de alguém sendo depois transformado em imagem e por fim transformado em algo tangível.
Três grandes focos de civilizações se destacam na época neolítica, antes do ano 3.000: uma no vale do Nilo, na Mesopotâmia (vales dos Tigres e Eufrates e no mar Egeo. Conforme BAZIN (1965) todas essas civilizações estiveram animadas por uma heróica vontade de manifestar em obras sua concepção de mundo.
Os povos que lá se edificaram parecem ter sido dotados de uma descomunal imaginação plástica; nada existe, nem sequer os conceitos mais abstratos que souberam integrá-lo em uma forma concreta numa figura. Nenhuma civilização porém tem colocado tão alto a crença na identidade da imagem e seu objeto como a civilização egípcia. (BAZIN, 1965, p.22)

3. A arte e o jornalismo
Deve-se aos artistas o crédito de ter inventado o jornalismo. (BARNHURST,1991). Nas culturas antigas arte era o jornalismo, as grandes batalhas e eventos das civilizações passadas eram retratados em pinturas, os grandes feitos do reino ou os heróis que venceram as guerras eram exaltados nos murais, vasos, tapeçarias e esculturas, o mundo atual conhece muito sobre essas sobre essas civilizações através da produção artística desses povos. Muitas civilizações que nem mesmo tinha desenvolvido a escrita podem ser exploradas e conhecidas pelo homem contemporâneo através das imagens outrora produziram. Uma pintura jornalística pode ser vista em uma parede de Pompéia (antiga cidade do império romano destruida durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio em 24 de Agosto do ano 79 d.C..), a pintura retrata um grande motim no anfiteatro, na qual morreram muitas pessoas, tratava-se de uma luta ocorrida no ano de 59 entre cidadãos de Nocera e Pompéia.
Honoré Daumier (1808-1879) foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês que pode ser um descomunal representante do artista comprometido em mostrar desigualdade sociais, A caricatura Gargântua feita em 1831 onde ridicularizava o rei Luís Filipe, custou-lhe seis meses de prisão. Mesmo estando em tempos que a imprensa já tentava ser um meio comprometido com interesses do povo Daumier na obra Le Wagon de troisième classe (O vagão da terceira classe) de 1864 critica a condição insalubre do transporte público feito nos trens da época, sua obra comprometida com a escola realista criticava a desigualdade social e remete novamente a arte e o jornalismo de maneira invólucra.
O mesmo tema social representado por Daumier pode ser percebido em uma obra do fotografo estadunidense Alfred Stieglitz (1864 -1946), Segundo Strickland (1999,p.153) Stieglitz fotografou um transatlântico retratando duas formas de nível social na parte superior da foto; a burguesia, com rostos na escuridão e abaixo a terceira classe de famílias de imigrantes pobres, uma luz forte realça a humanidade naquelas pessoas que eram desdenhadas e tratadas como inferiores. A fotografa Dorothea Lange (1895-1965) também pode ser um bom exemplo de quanto a arte se associa com o jornalismo, durante sua trajetória profissional a fotografa expressou em imagens o sofrimento do povo americano durante a queda da bolsa em 1929, celebrizando com a fotografia de 1936 “mãe imigrante” (migrant Mother) .



4. A Semiótica e os desenhos animados
Para Charles Sanders Pierce signo é aquilo que representa alguma coisa para alguém, trata-se de qualquer elemento que seja utilizado para exprimir uma realidade física ou psicológica, cada comunidade desenvolve seus sistemas de signos e códigos, no entanto signos, principalmente de códigos não-verbais são facilmente compreendidos pela sociedade humana, em geral, sem obstáculos culturais e lingüísticos. Existem códigos da língua e códigos não-verbais como o gesto, posturas corporais. A animação ampara-se demasiadamente nos códigos não-verbais e sendo assim a obra cinematográfica do gênero são facilmente aceitas por diversas culturas, pois a criação dos códigos não-verbais é anterior a criação dos signos verbais.
Os símbolos são uma das espécies de signos classificados por Pierce. Os símbolos não representam similaridade com a coisa representada. Símbolos podem ser figuras, objetos, gestos quando remetem a uma idéia ou a uma significação não tem qualquer semelhança com aquilo que simbolizam, um exemplo pode ser as vestes negras indicando luto, na verdade são meras convenções consagradas pelo uso de determinada cultura.

5. A Comunicação de massa e a indústria cultural
Com advento da revolução industrial e passagem do século XIX para o XX surgem os meios de comunicação de massa que são diversas formas industrializadas de produzir informação e entretenimento para a sociedade de consumo como o cinema, radio, livro, publicidade, televisão e sua diversidade de programação.
A Escola de Frankfurt (Institut für Sozialforschung) era um grupo de estudiosos que abordavam com uma perspectiva crítica e de maneira acadêmica vários estudos os quais podem se destacar os relativos à industria cultural com foco na manipulação. Para os investigadores desta escola os indivíduos sob ação da Indústria Cultural deixam de agir autonomamente passando a aderir acriticamente aos valores impostos, dominantes e avassaladores difundidos pelo meios. Sendo assim as teorias desta escola apontam a Indústria cultural como uma adesão irreflexiva aos valores.
Uma das limitações dessa teoria é tratar a mentalidade das massas como algo imutável, e tratar os indivíduos como desprovidos de autonomia, consciência e capacidade de julgamento. Segundo ADORNO (1947) a repetição da chamada “música ligeira” deixa de ser um momento especifico de distanciamento do mundo e se tornam algo mecanizado presente a todo instante, uma reação ligada ao automatismo e de consumo irreflexivo, sendo incapaz de produzir estranhamento, O resultado deste processo é o desmoronamento da individualidade, que é substituída pela pseudo-individualidade. Segundo Benjamim essas músicas afastam os ouvintes do processo de criação da “aura”, os intelectuais desta escola acreditam que a arte não deve ser algo mecanizado, plural e duplicável mas algo singular vindo direto do artista ao contemplador. A indústria cultural, com seu “canto sedutor e destrutivo” impede a formação de homens autênticos, atrai para a” morte do espírito” .
A época dos estudos da escola de Frankfurt coincide com a popularização do filme sonoro e a substituição gradativa da música clássica pela “música ligeira”
Na novela experimental do alemão Herman Hesse “ O lobo da Estepe (Der Steppen Wolf), o protagonista da trama Harry Haller direciona o leitor a uma indagação psíquica e filosófica da desagregação do homem. Num trecho da obra aborda-se também a questão da popularização da arte e em conseqüência disso a precarização da mesma. Herman Hesse mostra uma preocupação com a transmutação da arte em produto, em um trecho do livro o lobo da estepe, um intelectual que vive crises psicológicas por indagar o mundo constantemente como um asceta, encontra-se com o músico Mozart e pergunta –o sobre a suposta vulgarização da música, o livro foi escrito em época de transformações nos padrões culturais, surgira a pouco tempo o radio, aparelho que revolucionou o que se conhecia por cultura de massa, era a democracia cultural, mas segundo Hesse a qualidade da obra artística se torna inferior, com o radio a arte poderia ser levada a qualquer individuo, a qualquer classe social, apesar de não ser tão popular de inicio, com o tempo viria se popularizar. No entanto Harry Haller descreve o meio de comunicação como um “diabólico funil de metal” a personagem como já foi dito encontra Mozart e com ele debate de maneira filosófica e burguesa a vulgarização da arte através do surgimento de meios de comunicação de grande alcance, como o radio, como se pode notar num trecho do livro quando Harry Haller ao se encontrar com Mozart e uma espécie de viagem metafísica, vê o compositor alemão com aparelho de rádio nas mãos e relata:
[...] imediatamente para meu indescritível assombro e horror, o diabólico funil de metal começou a vomitar aquela mistura de viscosidades bronquias e goma de mascar que os proprietários de fonógrafos e amantes do radio concordam em chamar de musica, e no fundo daquela turva reunião de mucilagem e escorias podia-se perceber, como por baixo de uma grossa camada de graxa, uma antiga e aoreciada imagem, a nobre estrutura dessa musica divina, o amplo e profundo sopro, a funda e larga ressonância das cordas [...](HESSE, 1955 ,p. 192)

Sendo assim Harry Haller põe ênfase na precarização da arte com o surgimento da comunicação em massa, pois percebeu que no fundo da música que tocava no débil rádio havia a antes considerada e verdadeira prima arte, a musica divina, talvez uma alusão a opera e concertos de grandes maestros na qual se deleitava a burguesa da época. Mozart por sua vez responde a Harry Haller sobre a pretensão de deixar a diabólica aparelho a triunfo da época, a ultima arma vitoriosa na luta de destruição contra arte. Mozart ri e acalma Harry Haller:
Ouça de novo, ó infeliz, ouça sem sentimentalismos nem zombarias, e deixe passar por trás do véu deste ridículo e imbecilizante aparelho, a forma distante dessa música divina! Preste atenção que aprenderá algo. Observe o que este alto-falante idiota o mais estúpido e inútil objeto que o mundo contem consegue fazer: apodera-se de certa musica tocada em qualquer parte, sem qualquer seleção ou refinamento e alem disso lamentavelmente desfigurado, e carrega-a para um espaço que não lhe pertence e contudo nada pode destruir o espírito original desta musica, mas apenas manifestar nela a própria técnica e a febre de atividade isenta de qualquer espírito. (HESSE, 1955,p. 192)
6. Desenho animado: Uma forma de arte nasce
A partir do século XIX começa a criação de equipamentos ópticos que buscavam produzir no observador a sensação visual de movimento. Surge então o Zootrópio de W. A. Horner, o fenacistoscópio de Joseph Plateau e o praxinoscópio de Émile Reynaud.
O desenho animado é um processo cinematográfico na qual filma quadro-a-quadro imagens em uma seqüência progressivamente diferente, permitindo no intervalo entre cada figura a ilusão de que o objeto filmado se movimentou devido a persistência da visão. A história do desenho de animação, como processo cinematográfico, provavelmente começa com o francês Charles-Émile Reynaud, que pela primeira vez na história em 28 outubro de 1892 no Musée Grévin em Paris exibiu imagens em movimento numa tela, utilizando o Théâtre Optique um aparelho similar ao projetor moderno, foi a primeira apresentação de figuras em movimento para uma platéia, o filme era Pauvre Pierrot, deve-se ainda destacar o filme Autour d'une Cabine. Reynaud inventou ainda o praxinoscópio, um brinquedo óptico que possuia uma listra de figuras colocadas em volta da superfície interna de um cilindro giratório.
A apresentação do cinematográfico dos irmãos Louis e Auguste Lumière aconteceria três anos depois da apresentação de Reynaud com o Théâtre Optique, pode-se assim dizer com base teórica que o desenho animado precede qualquer outra forma de produção cinematográfica e que este é que este possui o procedimento técnico para qualquer forma de cinema, sendo Reynaud um percursor do cinema.
Com o advento da fotografia abriu-se um descomunal campo de possibilidades para o surgimento do cinema. O fotografo inglês Eadweard J. Muybridge (1830-1904) foi um dos primeiros a perceber isto, foi um dos primeiros a tornar empirica a teoria da persistência de visão, num projeto artístico e ao mesmo tempo cientifico. A partir de ... Muybridge fotografou modelos nus e semi-nus em poses seqüenciais de movimento, analisando como funcionava o movimento no seres vivos, ele estudou o processo a partir de uma imagem estática na construção do movimento; animais de vária espécies e humanos foram fotografados quadro-a-quadro caminhadas, lutas e ações diversas, rotineiras do dia-a-dia. Os estudos de Muybridge são até por animadores, cineastas e artistas, muito antes do advento do cinema, Muybridge mostrou o principio técnico da obtenção do movimento que ate hoje é utilizado.
6.1 J. Stuart Blackton
James Stuart Blackton é considerado o pai da animação norte americana, era um vaudeville performer e em suas apresentações costumava desenhar, logo ficou conhecido como “The Komikal Kartoonist”. Blackton também era repórter para o jornal New York Evening World e em 1896 ele conhece Thomas Edson logo fica interessado em colocar seus desenhos em filmes, cria em parceria com um amigo um dos primeiros estúdios de animação no mundo o Vitagraph company. Surge então o filme “The Enchanted Drawing” (1900) no qual o próprio Blackton aparece desenhando seus personagens em um quadro-negro, a técnica era chamada de lightning sketches que compreende numa variação da técnica de stop-motion, quando a câmera desligada, uma pequena mudança é feita em seguida a câmera e ligada de novo, este método foi utilizado muito antes por Mélies e outros animadores.
Outro obra significante de Balckton foi o filme Humorous Phases of Funny Faces (1906) que também utilizava stop-motion e marionetes para produzir uma serie de efeitos
6.2 Émile Cohl
O caricaturista Francês Émile Cohl (1857-1938), se destaca na história da animação por revolucionar princípios e técnicas, além de utilizar o desenho através de sua característica única, os personagens das animações de Cohl transmutavam-se e faziam coisas que eram impossiveis a qualquer forma realmente viva, talvez esteja ai o sucesso para a animação, fazer coisas parecem reais mas ao mesmo tempo impossíveis de acontecerem na vida real. No filme Fantasmagorie (1908), Os princípios de tranqüilidade e racionalidade humanas são constantemente perturbados, o impossível se realiza e quase se cria uma lógica do absurdo. A obra de Cohl é composta por mais de cem filmes no qual ele constrói a estrutura estética e os padrões do desenho animado utilizados até hoje.
Dentre outros nomes de percusores e pioneiros na historia da animação deve-se destacar ainda George Mélies, Charles Migé, Lotte Reiniger e o espanhol secundo de Chomon , Tex Avery e no Brasil Anélio Latini Filho Pintor, desenhista e cineasta carioca de Nova Friburgo produz em 1953 “Sinfônia Amazônica” o primeiro longa-metragem de animação brasileiro.
O filme Bambi (1942) pode ser um exemplo disto, Bambi é um filme baseado no romance do austriaco Felix Salten, roteiristas de Hollywood vinham tentando a tempos adaptar a obra literaria para o cinema, mas logo perceberam que o filme não funcionaria como filme live-motion era quase impossível para época, então Walt Disney entendeu que um filme como este só poderia ser feito através da animação, assim como muitas produções japonesas que poderiam ser filmes com pessoas de verdade (live-motion) mas acabam se tornando mangas devido a supremacia nipônica na área dos desenhos animados.
6.3 Winsor McCay
Um marco importante para história da animação foi a apresentação Gertie, a dinossaura feita em 1914 um curta de animação feito pelo cartunista Winsor McCay. Muitos acerditam que Gertie tenha sido a primeira personagem de desenho animado a ter personalidade. Antes de Gertie, a dinossaura, McCay produziu alguns filmes como Little Nemo in Slumberland e How a Mosquito Operates
A indústria da animação começa nas década de 1920 e 1930, com os irmãos Fleischer, criadores de Popeye, palhaço Koko e Betty Boop. Walt Disney e seu auxiliar Ub Iwerks com Mickey Mouse e Silly Simphonies e Walter Lantz com Oswald the Lucky rabitt e posteriormente Pica-Pau, além de Paul Terry criador dos terrytoons.
6.4 Max Fleischer
Max Fleischer (1883-1972) foi responsável por muitas inovações tecnológicas no setor, como o Rotoscope. A série de desenhos animados chamada Out of the Inkwell feita para os Studios Bray foi um marco importante na historia do cinema de animação. No filme o palhaço Koko sai do tinteiro do cartunista e faz travessuras na tela.

Até o final da década de 1930 os desenhos animados estadunidenses não ultrapassavam à quinze minutos de duração, era uma trabalho exaustivo produzir animação, de fato até hoje continua sendo. Havia a constante preocupação sobre a rentabilidade do produto em um mercado cinematográfico escasso e pouco confiável.
6.5 Walt Disney
Walter Elias Disney nasceu em Marceline, uma pequena cidade no estado do Missouri, Estados Unidos em 5 de dezembro de 1901, de família pobre do campo Disney trabalhava na fazenda e vendia jornais e refrigerantes em trens, também serviu como voluntário da Cruz vermelha Internacional na França.
A carreira como artista e cineasta começa quando Disney encontra Ub Iwerks, verdadeiro mentor e desenhista por trás de Mickey Mouse, juntos os dois jovens fundaram uma pequena empresa Laugh-O-Grams, segundo (SANTOS, 2002,pg. 85) Disney e Iwerks foram influenciados por Max Fleischer que misturou personagens animados e cenários reais na série Out of the inkwell os amigos produziram uma série de animações chamada “Alice” com a atriz Virgina Davis, a personagem era baseada na historia de Lewis Carrol The adventures of Alice in wonderland. Disney era considerado um desenhista ruim, ele próprio assume isso em uma entrevista à jornalista Oriana Fallaci em 1966: “Eu não gosto muito de desenhar, e quando pare de foi um alívio, na verdade, nem sou muito bom desenhista. Os que aprenderam comigo são bem melhores do que eu” (FALLACI,1966,p. 95).
Em 1923 Disney muda-se para Los Angeles, e produz alguns filmes com um personagem chamado Oswald the Lucky rabbit, em 1928 Charles Mintz encerra o contrato com Disney que perde os direitos autorais do personagem. Mas com ajuda de Ub Iwerks Disney cria seu próprio personagem, que alguns anos depois seria chamado de Mickey Mouse.
Empolgado com a exibição do primeiro filme sonoro da historia “The Jazz singer” Disney tem a idéia pioneira de sincronizar som com imagens animadas, em 1928 lança o filme Steamboat Willie, um marco na historia do cinema de animação norte-americano.
Em 1931 produz a primeira animação em cores As Flores e as Arvores Flowers and Trees o que rende um Oscar a Disney. Em 1933 “os três porquinhos”filme no qual o lobo aparece disfarçado de ovelha e de um mascate explicitamente vestido como um judeu, o filme rendeu algumas críticas a respeito do possível anti-semitismo de Walt Disney
Em 1938 uma revolução acontecia na história dos desenhos animados, Walt Disney lançava o primeiro longa-metragem de animação “Branca de neve e os sete anões” a idéia de se criar um longa de desenho animado era considerada um absurdo pois se acreditava que era impossível manter uma platéia assistindo um desenho animado por muito tempo, as animações até aquela época não ultrapassavam oito minutos.

7. Disney e a guerra
Os desenhos animados e as estórias infantis (contos de fadas etc.) parecem ter sido feitas para crianças. No entanto sabe-se que a estória de chapeuzinho vermelho era na verdade uma narrativa alegórica contada pelos os mais velhos para prevenir as moças virgens sobre questões sexuais, o “lobo mal” seria na verdade o homem que quer fazer relações carnais com a moça, sendo assim as estórias infantis tinham a função de alertar sobre questões sexuais, lembrando que esse tipo de assunto é ainda um tabu para sociedade contemporânea.
Os desenhos animados também não estão em diferente aspecto, esse tipo de produção muitas vezes foi direcionado ao público adulto, no decorrer da década de 1940, com a ascenção do nazismo na Europa a Walt Disney lançou mais de 30 curtas e um longa que foram utilizados para incentivar o alistamento voluntário além de elevar a moral das tropas. A influência dos desenhos na guerra tão significativa que segundo (SANTOS, 2002,p.), “Mickey Mouse” foi o código secreto usado pelos aliados no desembarque na Normandia, em 6 de junho de 1944, o autor aponta ainda que os personagens Disney foram inclusive pintados em veículos bélicos. No filme anti-nazista “Der Fuehrer’s face” de 1943 Pato Donald aparece usando um uniforme com a suástica no braço esquerdo. Trata-se uma critica bem humorada ao nazismo.
Em junho de 1941 Walt Disney veio ao Brasil como agente da OCIAA,a missão do diretor era aproximar a América Latina à causa da base aliada na segunda guerra mundial, para isso o governo Roosevelt cedeu a Disney mais de 100 mil dólares para que produzisse filmes de propaganda política.
No entanto Disney não gostou da intervenção militar em seu estúdio, no entanto hoje as orelhas de Mickey simbolizam a supremacia e a influência norte-americana no mundo globalizado.

8.Conclusão
Os Estados Unidos não são o único país a produzir animação, no entanto, seus desenhos parecem imperar no segmento pelo mundo afora. Os desenhos animados apesar de serem considerados infantis, já foram utilizados no decorrer da história como propósitos educacionais a soldados em treinamento para guerra. Além disso, o cinema de animação prolifera idéias e ideais para diversas culturas pelo mundo.
No caso do desenho animado com foco no segmento infantil, as crianças aprendem desde cedo quase que indiretamente a supremacia e o ideal de vida americano, pois é comum, ver em filme bandeiras dos EUA, além de exaltação do American Way of Life, levando a cultura norte-americana a diferentes países. A animação deve ser considerada uma arma poderosíssima quando se trata de proliferação de idéias (como já foi abordado), tomemos, por exemplo, a experiência brasileira, por que nós brasileiros sabemos sobre hábitos tão específicos da cultura norte-americana?, Por exemplo: sabemos que muitos norte-americanos comem ovos fritos, pasta de amendoim e cereal no café da manhã, de fato deve ter sido poucos brasileiros que leram sobre isso em livros, conhecemos os hábitos de vida dos estrangeiros pela sua produção cinematográfica. No entanto sabe-se que a absorção de produções cinematográficas brasileira nos Estados Unidos é relativamente baixa, assim como acontece aqui raramente um filme chinês ou russo, enfim de qualquer outra nacionalidade será exibido em TV aberta no Brasil, isso se dá devido à quantidade de filmes produzidos nos Estados Unidos, no entanto isso não pode ser usado como explicação, pois a Índia, também produz filmes em larga escala, Bollywood está a todo vapor com suas produções, no entanto a popularização dos filmes brasileiros no Brasil não acontece, para se assistir filmes asiáticos interessado devem esperar algum festival de cinema “alternativo” ou cinema cult. Ao invés de produções de diferentes países a TV brasileira exibe filmes americanos, mesmo alguns sendo lixo cinematográfico. As próprias produções brasileiras têm dificuldade de serem exibidas na TV do Brasil, recentemente um projeto de lei sancionou a obrigatoriedade de exibição animações brasileiras em TV aberta no Brasil, trata-se de um projeto que visa não diminuir o poder das animações estrangeiras no país, mas incentivar e valorizar as animações brasileiras.


Referências Bibliográficas
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[1] Trabalho de conclusão de curso, habilitação em jornalismo para obtenção de grau de bacharel.

[2] Bacharelando em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo,2008/2 da Faculdade de Ciências Humanas,Letras e Exatas de Rondônia-FARO.

[3] Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda.