Cinema, jornalismo e arte

terça-feira, 28 de abril de 2009

Os primórdios do cinema

Fernando Caetano
Há alguns milhares de anos nossos ancestrais hominídeos não imaginavam nem o que era cinema mas já possuíam compilação por movimento. Sem duvida nenhuma o movimento era algo vital na era paleolítica. Um arbusto que se movia era sinal de vida, era sinal de carne, de alimento. Por tanto o interesse humano pelo movimento está mais relacionado com a forma de sobrevivência. As pinturas rupestres em Lascaux ou em Altamira na Espanha podem ser exemplificações tangíveis que o homem desde eras remotas utilizava a imagem para sugerir ação.
Essas pinturas feitas nos fundos de cavernas sombrias com débeis tochas de fogo parecem nos dar uma sugestão graciosa de figuras energéticas, a pusilanimidade é algo raro nessas pinturas que se convencionou chamar de primitivas. No entanto elas continuam surpreendendo o homem contemporâneo. Na verdade a partir do momento em que alguém há milhares de anos desenha algo, ou seja, exterioriza uma idéia, antes retida no cérebro e socializa seu imaginário com outros, esse ser não pode ser considerado uma simples criatura irracional numa caverna, ele é ser humano.
A diferença dos homens primitivos de Lascaux e Altamira que produziram aquelas pinturas rupestres e o homem contemporâneo está apenas em mínimas questões físicas e de tempo. Os desenhos rupestres servem como divisor na diferenciação entre hominídeos e humanos. Estudiosos e teóricos apontam que os desenhos tinham caráter místico para os homens das cavernas. Os desenhos rupestres marcam o possível surgimento da magia, um esboço do que viria a se tornar religião. Para o homem primitivo ao desenhar a figura de um bisão na caverna, ele possuiria aquele animal, a caça se tornaria sua. A imagem era tratada como uma questão de poder sobre o objeto retratado.

As primeiras exibições de cinema podem ter começado na França em casas de diversões populares de baixo nível. O cinema teve suas primeiras exibições nos chamados “shows de variedades”,os “vaudevilles” que eram espetáculos burlescos que continham desde apresentações de anões, dançarinos de kankan a recital de poesias, sendo seus freqüentadores na maioria trabalhadores. O cinema possivelmente deve ter sido uma das atrações desse tipo de espetáculo. Entre uma apresentação de mulher barbada e um mágico uma sequência qualquer de filme era exibida. Esses filmes não possuíam enredo nem narrativa, eram em geral cenas de paisagens exóticas ou de pessoas caminhando na rua.
No principio o cinema eram mais uma atração, uma nova tecnologia , a linguagem se desenvolveria anos depois. O cinema foi por vezes retratado como algo ligado as forças sobrenaturais. Um dos primeiros desenhos animados da história foi criado em 1914 pelo cartunista norte americano Winsor McCay que animou uma dinossaura chamada Gertie, o filme foi certa vez exibido entre os espetáculos do celebre mágico Houdini. Em 1901, o Frances Émile Cohl produziu um filme que ele entitulou de “fantasmagorie” foi um marco na historia do cinema de animação e foi chamado assim pois mostrava figuras que se metamorfoseavam, eram os primeiros esboços do cinema de animação.

Os primeiros filmes eram produzidos em um aparelho chamado quinetografico, um componente que pode ser bi era a câmera utilizada para a filmagem de filmes ate 1896, as primeiras produções para cinema tinha na maioria termos preconceituosos, liberais em diversos aspectos, inclusive o sexual; nesses filmes eram comuns a destruição da postura comportada, os atores são sempre energéticos, comichões e pândegos que cativavam o publico, eram como pessoas a frente de seu tempo.
O cinema mostrava a verdadeira e intrinsica força daquelas pessoas que muitas vezes são consideradas ao olhar do homem contemporâneo como sendo sujeitos austeros vestidos de fraque e cartola. O cinema desde o inicio serve para mostrar o ser humano como ele realmente é. Hoje o cinema evidência questões culturais de onde ele foi produzido, ele mostra a cara de um povo, ele propaga a cultura. No caso dos filmes do primeiro cinema, o âmago dos atores era muitas vezes revelado quase que por completo. A proximidade do ator com o espectador acabou destruindo toda a diegese*, algo fundamental para suportar a linguagem fílmica.

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